quarta-feira, 8 de julho de 2015

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA


     Nada se comparava com a sombra e as brincadeiras daquele umbuzeiro em que passei grande parte da minha infância. Se ele soubesse falar, falaria coisas que muitos não podiam e nem queriam ouvir. Mas a vida passa rápido, tão rápido que quando percebemos, ontem já ficou longe. Mas de uma coisa eu posso garantir: eu soube aproveitar cada minuto, cada segundo, cada brincadeira.
          O umbuzeiro era no fundo do quintal da casa da minha avó. Imagine todos os primos reunidos, amigos, vizinhos – que não eram muitos – pois morávamos na zona rural de uma cidade pequena. Mas o que não era pequena, posso garantir, era a nossa euforia e a nossa alegria. Os fins de tarde pareciam mais fins de festa. Tudo era diversão. Era tão magnífico que a gente não via o tempo passar. Só percebíamos que era hora de parar quando escurecia ou quando ouvíamos o grito da nossa avó, que parecia estar programado para gritar sempre no mesmo horário. 
       Como seria bom se pudéssemos reviver tudo novamente ou se o tempo não nos deixasse tão insensíveis e sem tempo nem ao menos de sentarmos com os nosso primos e vizinhos para relembrar tudo isso. A correria é tão grande e os caminhos são tão diferentes e opostos que muitos dos que viveram esses momentos inesquecíveis, nem sabemos onde estão e os que sabemos raramente vemos. Então, como não podemos voltar ao passado e nem fazermos com que as coisas e nem os tempos sejam os mesmos, ficamos com as lembranças felizes guardadas de um tempo que jamais será esquecido e revivido. 

Autor: Dárcio de Santana

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