quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Desafio de ensinar no Estágio Operacional Concreto (7 aos 11 anos)

Introdução
O ser humano, em todo seu processo evolutivo, demonstrou nitidamente a necessidade de progredir e evoluir em relação ao seu conhecimento, até mesmo, para ter uma vida mais digna e notoriamente para a evolução da espécie. Sabemos que o conhecimento empírico nos afirma através das experiências, que o conhecimento científico, além da experiência, quer saber como as coisas funcionam. Mas não estamos aqui para discutir ciência e senso comum, e sim para mostrar de forma colaborativa, que em qualquer tempo, existe algo tão importante quanto aprenderensinar. Qualquer aprendizado advém do ensinamento. E tão importante quanto ensinar e aprender, é a forma de como se ensina.
O Desafio
Os maiores desafios dos educadores, ou seja, dos transmissores de conhecimento da escola moderna, não é somente deter o saber, mas sobretudo encontrar as melhores práticas de transmiti-lo. E quando nos direcionamos as séries iniciais do ensino fundamental da educação brasileira é ainda mais necessário inovações e  metodologias diferenciadas. Pois, as crianças do mundo tecnológica e globalizado necessitam de técnicas que acompanhem o seu tempo, ao modo que vêem as coisas por outro ângulo.
Segundo Jean Piaget, no “Estágio Operatório Concreto, que varia em média dos 7 aos 11 de idade, a criança desenvolve noções de tempo, espaço e velocidade, ordem,casualidade,..., já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração.” É neste estágio que está um dos maiores desafios dos professores da educação básica. Fase também, em que as crianças estão fazendo muitas descobertas e tentando fazer assimilações, onde tudo e qualquer coisa vira euforia e falatório; nada passa despercebido e tudo é questionado em busca de  respostas convincentes. É preciso, sem dúvida, muito jogo de cintura e insight contínuo por parte do professor, que não pode se contentar apenas com o feijão e arroz da sala de aula, mas sim, buscar novas e apetitosas formas de transmitir conhecimento. Portanto, é imprescindível que o mestre trabalhe, indiscutivelmente com aquilo (metodologia) que é interessante para a criança e que de fato esteja em coerência com o seu estágio de aprendizagem, apesar de termos consciência de que os estágios descritos por Piaget sejam apenas proposições. “O nível mental da criança é que determina como o professor deve apresentar as situações didáticas, pois, em cada estágio do desenvolvimento a criança tem uma maneira diferente de aprender” (PRÄSS, 2012, p. 13).
Aprender e Ensinar
É fato, que educar é função primordial da família, e que ensinar é a função da escola. Mas, o que nos cabe, no entanto, é ensinar aquilo que convém, e sobretudo, aquilo que gera conhecimento e consequentemente, que transforma. Pois, é através do conhecimento que ganhamos subsídio e alicerce, tanto para o nosso desenvolvimento intelectual como profissional.
Mas, o que seria etimologicamente, aprender? Segundo o dicionário online, “(Etm. do latim: apprendere); passar a ter conhecimento sobre; instruir-se”. Sendo assim, podemos concluir que aprender é saber, é passar a ter autoridade sobre o que foi ensinado. Aprender vai além de entender conteúdo, é saber fazer deste conteúdo, base para seu crescimento e progressão intelectual.
Ainda, o aprendizado advém da necessidade de aprender. Aprendemos a cuidar do nosso corpo pela premência de estar limpo; aprendemos a nos alimentar pela obrigação de saciarmos a fome, etc. É portanto, notório que o aprendizado precisa de um fator motivacional. E se tratando de crianças nesta faixa etária (7 aos 11 anos) é essencial que o educador se aproprie de técnicas motivadoras e mostre ao aprendiz que o aprendizado deve ser constante. Segundo PIAGET, o ato de aprender: É uma construção contínua, comparável à edificação de um grande prédio que, na medida em que se acrescenta algo, ficará mais sólido, ou à montagem de um mecanismo delicado, cujas fases gradativas de ajustamento conduziriam a uma flexibilidade e uma mobilidade das peças tanto maiores quanto mais estável se tornasse o equilíbrio.” (PIAGET, 1990 p. 12)
Sustentamos assim, a ideia de que o aprender tem sim um ponto de partida, mas em sua plenitude, não tem exatamente um ponto de chegada. É preciso que aticemos as crianças à busca de conhecimentos incessantes. É este o papel preponderante do professor que vê o aprendizado além da superfície da sala.
E de fato, o que seria ensinar? De acordo com o dicionário online, “(Etm. do latim: insignare); Transmitir conhecimento sobre alguma coisa a alguém”. Poderíamos acrescentar ainda queensinar é difundir experiência; é instigar o educando a fazer suas análises e descobertas através de impulsos que lhes foram dados. Paulo Freire, na carta aos professores, disse: ...ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende, de um lado, porque reconhece um conhecimento antes aprendido e, de outro, porque, observado a maneira como a curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que não o aprende, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos. (FREIRE, 1993, p. 27-38)
Quem ensina, aprende continuamente, ou seja, reaprende e reformula o conhecimento já obtido, até então. Podemos aprender até com a forma do outro aprender. E isso se faz naturalmente. Pobre daquele que em seu ingênuo egoísmo acredita que o saber transferido é armas para o inimigo. Milena Leão, diz: “Não tenho medo de compartilhar conhecimento. Essa é a única coisa que as pessoas não poderão roubar de mim, pois ninguém nunca sabe igual, mesmo que saiba a mesma coisa”.
Ensinar e aprender: práticas que devem trilhar os mesmos pomares em busca da fantasia e da emoção de novas descobertas. Toda e qualquer criança tem a fantasia e a imaginação necessária para flutuar na imensidão do conhecimento indispensável para a sua progressão e crescimento como pessoa. Porém, é essencial que haja profissionais com a capacidade de compreender esta necessidade e acima de tudo, que não permita que se interrompa esta viagem sem limites e sem fim ao mundo do conhecimento.
Conclusão
Em virtude, o que as crianças incluídas neste estágio precisa verdadeiramente é serem vistas como capazes de protagonizar o seu próprio aprendizado e o seu conhecimento. “Vygotsky partia da ideia que a criança tem necessidade de atuar de maneira eficaz e com independência e de ter a capacidade para desenvolver um estado mental de funcionamento superior quando interage com a cultura” (VYGOTSKY, 2007. apud PRÄSS, 2012, p. 19). Este envolvimento deve acontecer de forma natural e sadia, dando ao educando a oportunidade de fazer suas próprias análises e descobertas.  “O professor deve motivar os estudantes para que eles mesmos descubram relações entre os conceitos e construa proposições…” (PRÄSS, 2012, p. 23).
No estágio das Operações Concretas proposto por Piaget, a teoria nos remete a fazer analogias com intuito de encontrar as melhores práticas. Mas sobretudo, nos leva a uma reflexão sucessiva sobre o processo de ensino aprendizagem. Será que estamos ensinando ou apenas transmitindo conteúdo? Será que é esta a melhor estrutura ou estamos apenas cumprindo mal o nosso ofício? Questionamentos surgirão enquanto nos submetermos a árdua missão de ensinar, mas com certeza, estaremos em processo constante de busca de novas metodologias e de melhores formas para fazer muito mais do que até então, fazemos.
REFERÊNCIAS
Aprender. (2015, 22 de julho). Dicio Dicionário Online de Português. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/aprender/>
Ensinar. (2015, 22 de julho). Dicio Dicionário Online de Português. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/ensinar/>
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. 10. ed. São Paulo: Olho D’Água, 1993.
LEÃO, Milena. Pensador. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/ODE3NTM5/>
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária Ltda, 1990, p.12.
PRÄSS, Alberto Ricardo. Teorias de Aprendizagem. 2012.05. 57 f. Monografia de conclusão de pós-graduação - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012.

ENEM 2014:Não se pode tirar um direito para impôr outro

Tema da Redação do ENEM 2014,
Publicidade Infantil em questão no Brasil.
Com o avanço exacerbado da tecnologia e principalmente com o mercado competitivo do mundo globalizado é cada vez mais comum, ligarmos a televisão, acessarmos a internet ou qualquer outro meio de comunicação e se depararmos explicitamente com propagandas apelativas, induzindo crianças de todas as partes e classes à um consumo imaturo, já que as mesmas ainda não tem capacidade cognitiva para distinguir o que é certo ou errado e o que é útil ou inútil.
Partindo deste pressuposto, é notório que não pode continuar como está. Portanto é necessário que os órgãos competentes que estão em defesa da criança, assim como da família, tomem sim atitudes que inibam, regulem e que definitivamente proíba propagandas que levem de alguma forma crianças a um consumo indutivo.
A partir do momento em que uma marca, juntamente com uma empresa de publicidade fazem uma propaganda cheia de artifícios infantis, se direcionando para e exclusivamente à criança, já se caracteriza como persuasão. Pois o ideal, já que o consumidor são os pais, é que a propaganda se dirigisse aos mesmos.
Não se pode de forma alguma tirar um direito para impôr outro. Portanto o viável não é que proíba o direito que as organizações têm de divulgar sua marca, mas sim criar leis que os norteiam e se efetuem com equidade.
É importante ressaltar a grande importância e influência da família neste caso. A família tem que exercer seu papel, que é de fundamental importância, quando o assunto é seu próprio filho. Pois nada é mais influente do que o diálogo. E ainda, a família tem total autonomia e dever de educar seus filhos ao consumo e principalmente à justiça.
Em uma sociedade que se reúne família, governo, organizações privadas e ONGs para traçar metas e alcançar objetivos é evidente que se chegue a resultados satisfatórios. Cabe assim, cada um fazer a sua parte.

ENEM 2013: Lei Seca, um passo para a tão sonhada “Paz no trânsito”.

É perceptível o grande problema que o uso da bebida alcoólica causa à população. A qualquer momento podemos ver nos telejornais acidentes com vítimas fatais causados pelo o uso da bebida. É inaceitável que não se tomassem atitudes que viessem realmente a diminuir os dados, pois, além dos acidentes causados por motoristas alcoolizados percebemos ainda as muitas outras vítimas da irresponsabilidade de alguns.
É fato que, mesmo com a Lei Seca estamos longe da tão sonhada “Paz no trânsito”. Mas temos consciência de que medidas como estas são passos longos. Mas não se pode achar que tudo está resolvido, é preciso muito mais. É preciso que se criem políticas de fiscalização, conscientização, controle e por fim, de amparo às vítimas desta “Guerra rodoviária”. É preciso que tenhamos consciência de qual é a nossa parte, pois o que se nota evidentemente é o descumprimento da lei, não por não conhece-la, mas por se acomodarem, e essa acomodação pode custar vidas.
É lamentável saber que leis emergenciais como essa, tomada para preservar à vida, seja descumprida pelo próprio dono. Portanto, é preciso que façamos também a nossa parte e procuremos respeitar a lei, pois é o mínimo que podemos fazer. Andar em desacordo com as leis regimentais que norteiam nosso país já é por si só, crime, e andar em desacordo com essas leis e principalmente contra a lei da vida é simplesmente inadmissível.

terça-feira, 28 de julho de 2015

A CARROÇA E O CARRO

A Carroça e o Carro

Certa vez a Carroça desafiou o Carro a uma corrida. E é claro! 
O carro não pensou duas vezes e disse:
- Que boba! Como tens coragem de me desafiar, não sabe que 
tenho um motor de trezentos cavalos, enquanto você depende de um 
buuurro para lhe carregar?
A Carroça, humildemente, não desanimou.
- Mesmo assim, não desacredito em mim. – Insistiu a Carroça.
Logo na largada o Carro foi de zero a cem por hora em menos de dez 
segundos. Deixou a pobre Carroça comendo poeira.
Que pena que a rapidez do Carro não deu em nada. Na 
primeira curva, o mesmo capotou e os seus trezentos cavalos já não 
saiam do lugar. Enquanto a Carroça, com toda sua paciência, 
humildade e apenas um burrinho, passou tranquila pelo Carro e 
venceu a corrida.

MORAL: A humildade é a característica fundamental para se 
alcançar o sucesso.

Autor: Dárcio de Santana (colaboração dos alunos da 2ª fase B).

sexta-feira, 17 de julho de 2015

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Fatores que contribuem para a corrupção no Brasil

Entender em sua plenitude, os fatores geradores da corrupção no Brasil, é tarefa sem dúvida desafiadora. Apesar de lermos muitos opiniões cabíveis e pesquisas de cunho analítico, ainda não se pode afirmar precisamente de onde surgiu esta "doença da alma". Porém, é possível apontarmos alguns fatores que contribuem para este mal.
Para Bauman (1997, apud MENDES, 2010, p. 27), a discrepância entre excesso de poder e escassez de orientação para utilização desse poder é descrita como "a crise da ética da pós-modernidade ou crise ética dos tempos modernos". É a partir destes conceitos, que sentimos necessidade de debruçarmos em um vasto de definições e analogias que de fato nos nortei para uma resposta concreta e sólida. Fazendo pesquisa analíticas, com várias contribuições, percebemos em verdade, que o fanatismo exacerbado pelo poder é sem dúvida gerador de corrupção ativa.
"Em grande parte das vezes o desvio ético não resulta de nenhum objetivo premeditado de transgredir as normas de conduta, mas de simples desconhecimento ou despreparo quanto à sua aplicação reais do dia a dia" (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 97). A partir desta observação, começamos a perceber que, um dos grandes problemas da corrupção e falta da ética na administração pública, é sem dúvida, o desconhecimento das leis e condutas pertinentes aos gestores. É ainda, uma triste realidade à qual estamos submetidos. A cada pleito eleitoral, se deparamos constantemente com candidatos desinformados, despreparados e sem ao menos compreender qual é ou qual será seu papel caso seja aprovado pela a maioria.
Segundo Andrioli (2006):
A falta de transparencia, a exclusão da maioria da população das decisões políticas mais importantes, a baixa participação política da sociedade civil e a impunidade com relação à corrupção são as consequências do sistema político brasileiro, constituindo um ciclo vicioso que facilita ações corruptas. (ANDRIOLI, 2006)É fato. 
Quanto mais nos excluímos da política e à ignoramos por achar que não é essa a que queremos, mas estaremos nos direcionando para o abismo da corrupção. Participar das decisões, estarmos atentos aos nossos direitos e deveres, tentar compreender a realidade é cada vez mais fundamental para que possamos ter esperanças de tempos melhores. Não é deixando pra lá que as coisas irão mudar. É trazendo o problema pra cá, que iremos juntos tentar resolver.
REFERÊNCIAS
ANDRIOLI, Antônio Inácio. Causas estruturais da corrupção no Brasil. RevEspaço Acadêmico, n.64, set. 2006. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 2. ed. São Paulo: Atlas S. A, 2012.
MENDES, Annita Valléria Calmon. Ética na Administração Pública Federal: a implantação de Comissões de Ética Setoriais – entre o desafio e a oportunidade de mudar o modelo de gestão. Fundação Alexandre de Gusmão - FUNAG, 2010. Disponível em: < http://funag.gov.br/loja/download/942-etica_na_Administracao_PUblica_Federal.pdf

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Redução da Maioridade Penal. É solução?

Tema que divide opiniões, que polemiza em sua profundidade e como sempre no Brasil, todo mundo é doutor no assunto e "fala com autoridade". Ahhhhh se nosso povo realmente tivesse tanta segurança nas tomadas de decisões como têm na hora falar (o que vem na cabeça)! O Brasil se torna cada vez mais, o país do imediatismo. Nunca houve política honesta, nunca houve educação adequada (ideal), a desigualdade social assola em todos os aspectos, o preconceito e o racismo permanece vivos, a violência destrói sonhos e o poder público, o que faz? Resolve, ou está tentando resolver tudo na base da força (lei).
Os nossos jovens e adolescentes vivem alheios a sorte, submissos à violência, vulneráveis as drogas, isso em grande parte, porque não há outra opção. Não há, ou pelo menos não se efetivam políticas públicas direcionadas para essa classe tão crucificada e tão esquecida em muitos casos. Então, já que não se fizeram e não se fazem quase nada, resolvem assim, coloca-los atrás das grades para se "livrarem" dos problemas. Será? Ahhhhh! Talvez, acreditando que eles saíram de lá doutores, formadores de opinião, consciente dos seus atos e preparados para o mercado do trabalho!! Seria bom, né? Mas não é isso! Quem conviverá dias, meses, anos com estupradores, criminosos, e até psicopatas, certamente não sairá de lá como queríamos. Sei que muitos de nós, cidadãos, sofrem com violência praticada por menores, e todos nós, infelizmente estamos vulneráveis a isso também, e é por isso que acho sim, que crimes hediondos, devem ser punidos de forma diferenciada. Porém, é preciso que se dê suporte para futuramente devolvê-los a sociedade, melhores. Muito mais do que não apoiar a redução da maioridade penal em todos os casos, defendo o direito a dignidade humana, educação de qualidade para todos, justiça social e principalmente defendo o direito à vida.
Se tivesse certeza que leis como esta, resolvessem a caótica situação da violência a qual estamos vivendo, ou morrendo, apoiaria sem dúvida. Infelizmente, continuam "tapando o sol com a peneira". Não acho que sei mais do que ninguém, e talvez nao saiba mesmo. Mas tenho certeza que tenho o direito de falar o que penso.

domingo, 12 de julho de 2015

HERANÇA CORRUPTA

Muito se fala que a corrupção brasileira é cultural. E é em verdade perceptível, baseado em alguns fatores históricos e ao observarmos a naturalidade com que a mesma é vista. "O desigual acesso aos meios de produção, desde os tempos da colonização, constitui a base do patrimonialismo brasileiro, uma corrupção original que se expressa no âmbito político" (ANDRIOLI, 2006). Portanto, com o passar dos tempos apenas se modernizam as formas de acesso ao poder. Porém, os atos ilícitos de promoção, ainda são os mesmos. Quem tem poder nas mãos, não quer de forma alguma se desprender por qualquer coisa ou por pouca. Estar no pode público se torna cada vez mais fissuração. E esse, sem dúvida, não é um desejo novo, mas talvez arcáico. 
No poder público brasileiro, se torna cada vez mais comum, políticos colocarem os filhos e consecutivamente os netos, assim como qualquer outro descendente, para assumirem o poder em sua sucessão. Em muitos casos, porque o mesmo está impedido de se colocar à disposição do cargo. E esses sucessores, em grande parte, se elegem. E impressionante: conseguem as vezes, serem cópias fieis do antecessor. Percebe-se então, que realmente o problema não é atual, mas sim passado de geração em geração. 
Partindo do pressuposto de passividade e acomodação, segundo Andrioli, (2006, p. 1): "Um outro elemento importante da cultura política brasileira é a tendência de não encarar determinados  crimes (como o contrabando e a corrupção) como problemas se seu objetivo é visto como positivo ou justificável. Assim, a corrupção passa a ser tolerada e pessoas corruptas, tendencialmente, encaradas como espertas ao invés de serem caracterizadas como criminosas." Parece justificável, mas não é. Apesar do senso comum valer muito em certos casos, é preciso que nos desvinculemos das heranças maléficas e da cultura do apego. A pós-modernidade nos convida a pensarmos e agirmos diferente, e acima de tudo, levar conhecimento e respostas concretas à sociedade atual e às futuras gerações.

REFERÊNCIA

ANDRIOLI, Antônio Inácio. Causas estruturais da corrupção no Brasil. Rev. Espaço Acadêmico, n.64, set. 2006. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/064/64andrioli.htm

quarta-feira, 8 de julho de 2015

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA


     Nada se comparava com a sombra e as brincadeiras daquele umbuzeiro em que passei grande parte da minha infância. Se ele soubesse falar, falaria coisas que muitos não podiam e nem queriam ouvir. Mas a vida passa rápido, tão rápido que quando percebemos, ontem já ficou longe. Mas de uma coisa eu posso garantir: eu soube aproveitar cada minuto, cada segundo, cada brincadeira.
          O umbuzeiro era no fundo do quintal da casa da minha avó. Imagine todos os primos reunidos, amigos, vizinhos – que não eram muitos – pois morávamos na zona rural de uma cidade pequena. Mas o que não era pequena, posso garantir, era a nossa euforia e a nossa alegria. Os fins de tarde pareciam mais fins de festa. Tudo era diversão. Era tão magnífico que a gente não via o tempo passar. Só percebíamos que era hora de parar quando escurecia ou quando ouvíamos o grito da nossa avó, que parecia estar programado para gritar sempre no mesmo horário. 
       Como seria bom se pudéssemos reviver tudo novamente ou se o tempo não nos deixasse tão insensíveis e sem tempo nem ao menos de sentarmos com os nosso primos e vizinhos para relembrar tudo isso. A correria é tão grande e os caminhos são tão diferentes e opostos que muitos dos que viveram esses momentos inesquecíveis, nem sabemos onde estão e os que sabemos raramente vemos. Então, como não podemos voltar ao passado e nem fazermos com que as coisas e nem os tempos sejam os mesmos, ficamos com as lembranças felizes guardadas de um tempo que jamais será esquecido e revivido. 

Autor: Dárcio de Santana

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O OFÍCIO NOSSO DE CADA DIA

Não estou aqui, desta vez, pra se lamentar do baixo salário e nem da desvalorização que temos perante muitos. Pois, hoje, me sinto enaltecido pelo meu ofício.Confesso que não sonhei, nem almejava ser professor. Se me perguntassem na minha infância, qual seria minha profissão, talvez, professor estivesse bem distante das minhas pretensões. Mas o fato, é que a vida me levou para um caminho sem volta. Um caminho que quanto mais você anda, mas você sente vontade de chegar. Muitas vezes nem sabemos onde exatamente queremos chegar, mas temos certeza que é em um lugar onde o respeito mútuo exista, onde as pessoas amem não pela a cor, sexo, nível social, e principalmente em um lugar onde onde as pessoas tenham capacidade de amarem a si mesmas.Não é fácil! É difícil! Mas quem disse que seria fácil? O difícil não nos desanima e nem nos faz se sentir derrotados, mas sim nos impulsiona a buscar um jeito novo de ser, de ensinar, de trocar experiências e de transmitir valores. Se fosse fácil, não seria tão gratificante. Se não fosse difícil, seria muito fácil ser professor. Na verdade, existem muitos professores mesmo, mas poucos assumem a missão. Pois, quem assume a missão, ensina muito mais que conteúdo, ensina pra vida, dá norte para uma continuidade digna do educando, dá capacidade principalmente dele pensar, que é o essencial para e sua autonomia. Poucos dias atrás, me deparei com uma situação bem rara em minha sala de aula. Eu me engrandeci que quase não cabia dentro de mim mesmo. Uma das minhas alunas, com apenas 8 anos de idade, entre um desenho e outro que faço em sala, me disse: - "Professor, eu quero ser professora quando crescer mais minha mãe disse que ganha pouco, mais mesmo assim eu quero ser uma professora igual o senhor!" Minha alegria não coube dentro de mim e eu perguntei, sorrindo timidamente, mas com uma vontade de dar gargalhadas: - Mas porque igual a mim? E ela sem ter noção da tamanha felicidade que me causara, respondeu: - Porque o senhor além de ser um ótimo professor, é um artista! Neste momento eu tive a certeza que esse ofício nosso de cada dia, que nos dá também o pão, é mais que uma profissão, é uma dádiva, uma missão que só sabe o valor quem tem o prazer de ser um mestre em sua plenitude.